Supermercados miram R$ 220 bilhões do varejo farmacêutico com apoio da indústria
- Comunicação Grupo Multifarma
- 22 de jul.
- 4 min de leitura
Supermercados miram R$ 220 bilhões do varejo farmacêutico com apoio da indústria.
Setor alimentício quer ampliar presença no mercado de medicamentos com aval do PL 2.158/2023
Uma importante fatia da receita do varejo farmacêutico pode ser colocada em jogo com a aprovação do Projeto de Lei 2.158/2023, que propõe autorizar a venda de medicamentos em supermercados. A proposta, atualmente em tramitação no Senado, tem o apoio de grandes redes de varejo alimentar, como Assaí e Grupo Mateus, e visa disputar um mercado que movimentou R$ 220 bilhões em 2024.
A ideia é respaldada pela indústria farmacêutica e por entidades como a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), apesar da forte oposição de representantes do varejo farmacêutico tradicional, como a Abrafarma e o Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Produtividade das farmácias chama atenção
O grande atrativo para os supermercados está na alta produtividade por metro quadrado do varejo farmacêutico. Um relatório do BTG Pactual mostra que esse índice é de R$ 68 mil para farmácias, contra R$ 42 mil nos supermercados.
“Essa diferença sugere que entrar no varejo farmacêutico pode representar uma oportunidade para os supermercados aumentarem sua eficiência e até mesmo capturarem margens maiores”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima.
Integração já em curso
Segundo dados da Abras, 23% das farmácias já operam em áreas anexas a supermercados, principalmente em parcerias com redes como o Carrefour. Com a aprovação do projeto, há espaço para que quase 80% das lojas do setor alimentício adotem o modelo.
Hoje, as 30 maiores redes alimentares somam 4,4 mil lojas. Se 80% dessas passarem a incluir farmácias completas, o setor pode ter uma expansão de 3,7%. “Se essa taxa fosse aplicada às 300 maiores redes, o crescimento poderia chegar a 8%”, aponta o BTG.
Indústria apoia, com ressalvas
A possibilidade de vender medicamentos em supermercados não é nova e já foi debatida por mais de duas décadas. No entanto, a recente alteração no texto da proposta — com exigências técnicas semelhantes às das drogarias convencionais e presença obrigatória de profissionais qualificados durante todo o expediente — mudou o posicionamento de parte da indústria.
“Sempre tivemos uma posição muito clara em relação à segurança sanitária na dispensação de medicamentos. A partir do momento em que o substitutivo do senador Efraim coloca a segurança em primeiro lugar, nós apoiamos integralmente”, afirmou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.
Segundo ele, o projeto amadureceu ao longo dos anos. “A pessoa vai poder entrar e sair com aquilo que o médico prescreveu. Então, pode facilitar a vida do paciente, daquele que está precisando comprar o seu medicamento dentro daquilo que regulamenta a legislação.”
Varejo farmacêutico resiste
Apesar das alterações, o projeto ainda é alvo de críticas por parte do varejo farmacêutico. Entidades do setor alertam para o risco de aumento da automedicação e dificuldades na fiscalização.
A Abrafarma aponta preocupações com trechos que tratam da proibição da telemedicina e da venda de marcas próprias, considerando-os “desproporcionais e prejudiciais à população”.
Setor alimentício quer ampliar presença no mercado de medicamentos com aval do PL 2.158/2023
Uma importante fatia da receita do varejo farmacêutico pode ser colocada em jogo com a aprovação do Projeto de Lei 2.158/2023, que propõe autorizar a venda de medicamentos em supermercados. A proposta, atualmente em tramitação no Senado, tem o apoio de grandes redes de varejo alimentar, como Assaí e Grupo Mateus, e visa disputar um mercado que movimentou R$ 220 bilhões em 2024.
A ideia é respaldada pela indústria farmacêutica e por entidades como a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) e o Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos), apesar da forte oposição de representantes do varejo farmacêutico tradicional, como a Abrafarma e o Conselho Federal de Farmácia (CFF).
Produtividade das farmácias chama atenção
O grande atrativo para os supermercados está na alta produtividade por metro quadrado do varejo farmacêutico. Um relatório do BTG Pactual mostra que esse índice é de R$ 68 mil para farmácias, contra R$ 42 mil nos supermercados.
“Essa diferença sugere que entrar no varejo farmacêutico pode representar uma oportunidade para os supermercados aumentarem sua eficiência e até mesmo capturarem margens maiores”, afirmam os analistas Luiz Guanais, Yan Cesquim e Pedro Lima.
Integração já em curso
Segundo dados da Abras, 23% das farmácias já operam em áreas anexas a supermercados, principalmente em parcerias com redes como o Carrefour. Com a aprovação do projeto, há espaço para que quase 80% das lojas do setor alimentício adotem o modelo.
Hoje, as 30 maiores redes alimentares somam 4,4 mil lojas. Se 80% dessas passarem a incluir farmácias completas, o setor pode ter uma expansão de 3,7%. “Se essa taxa fosse aplicada às 300 maiores redes, o crescimento poderia chegar a 8%”, aponta o BTG.
Indústria apoia, com ressalvas
A possibilidade de vender medicamentos em supermercados não é nova e já foi debatida por mais de duas décadas. No entanto, a recente alteração no texto da proposta — com exigências técnicas semelhantes às das drogarias convencionais e presença obrigatória de profissionais qualificados durante todo o expediente — mudou o posicionamento de parte da indústria.
“Sempre tivemos uma posição muito clara em relação à segurança sanitária na dispensação de medicamentos. A partir do momento em que o substitutivo do senador Efraim coloca a segurança em primeiro lugar, nós apoiamos integralmente”, afirmou Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma.
Segundo ele, o projeto amadureceu ao longo dos anos. “A pessoa vai poder entrar e sair com aquilo que o médico prescreveu. Então, pode facilitar a vida do paciente, daquele que está precisando comprar o seu medicamento dentro daquilo que regulamenta a legislação.”
Varejo farmacêutico resiste
Apesar das alterações, o projeto ainda é alvo de críticas por parte do varejo farmacêutico. Entidades do setor alertam para o risco de aumento da automedicação e dificuldades na fiscalização.
A Abrafarma aponta preocupações com trechos que tratam da proibição da telemedicina e da venda de marcas próprias, considerando-os “desproporcionais e prejudiciais à população”.
“Nosso compromisso é com o direito à saúde, à proteção do consumidor e à eficiência nos serviços farmacêuticos”, destacou Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
FONTE: PANORAMA FARMACÊUTICO

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